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Entre janeiro e junho de 2025, o Observatório Ibira30 realizou uma ampla pesquisa sobre os hábitos alimentares de 382 moradores do Jardim Ibirapuera e favelas do entorno. A investigação, baseada em etnografia de território, buscou entender como as famílias têm acessado comida, quais alimentos chegam ao prato, e de que forma a fome, muitas vezes silenciosa, tem afetado o cotidiano. É uma pesquisa feita com as pessoas, e não sobre elas: um olhar de dentro das cozinhas periféricas.


Os resultados revelam um cenário complexo: enquanto alimentos naturais e minimamente processados ainda fazem parte do dia a dia, a presença de ultraprocessados é alta, impulsionada pelo preço, pela praticidade e pelo tempo curto. A insegurança alimentar aparece de forma contundente: 31,9% das famílias vivem insegurança grave, taxa muito acima da média de São Paulo. Muitas pessoas já precisaram trocar alimentos frescos por opções mais baratas, pular refeições ou recorrer a empréstimos para comer.


Ao mesmo tempo, o território mostra sua força. Hortas comunitárias, cozinheiras, agricultores locais, UBSs, escolas, CRAS e iniciativas solidárias formam uma rede viva de cuidado, uma verdadeira infraestrutura comunitária de segurança alimentar. A pesquisa aponta caminhos para políticas públicas mais sensíveis às rotinas e desafios reais da periferia, onde comer bem não é só uma escolha individual, mas uma questão de acesso, renda, tempo e afeto.


Referência:

OBSERVATÓRIO IBIRA30 – BLOCO DO BECO. Hábitos Alimentares de Moradores do Jardim Ibirapuera. São Paulo: Observatório Ibira30, 2025. 



Ficha Técnica

 

Publicação: 2025

Realização: Observatório Ibira30 - Bloco do Beco



Clique abaixo para fazer o download da pesquisa na íntegra



 
 
 

Atualizado: 18 de nov.

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A pesquisa "Escuta Qualificada de Profissionais da Assistência Social" foi realizada pelo Observatório Ibira30, uma iniciativa do Bloco do Beco, com o apoio institucional da Fundação Julita. O estudo, que se concentra no território do Jardim Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, teve como principal objetivo dar voz e reconhecer os trabalhadores que atuam nos serviços de ponta da Assistência Social. O propósito é compreender as condições de trabalho, os desafios cotidianos e as potências de quem atua diretamente na rede de proteção social do bairro.

O estudo baseou-se em uma amostra de 21 entrevistas, abrangendo diversos profissionais (incluindo assistentes sociais, psicólogos e educadores) de três serviços de referência no território: o Centro de Defesa e Convivência da Mulher (CDCM Casa Sophia), o CCA Julita e o SASF São Luiz II. Os dados levantados e a estrutura do relatório apontam para um cenário de trabalho que, embora seja essencialmente técnico, político e afetivo, recai majoritariamente sobre mulheres e carece de reconhecimento e suporte.

O documento destaca o impacto da sobrecarga e da dupla jornada (cuidar de outras famílias no trabalho e das suas em casa) como um dos eixos centrais que orientam a seção de Saúde Mental, Trabalho e Condições de Vida. A pesquisa conclui que, ao dar voz à periferia, os achados reforçam a urgência de valorizar e proteger os profissionais que sustentam a política de Assistência Social.


Referência

OBSERVATÓRIO IBIRA30 – BLOCO DO BECO – FUNDAÇÃO JULITA. Pesquisa Escuta Qualificada de Profissionais da Assistência Social. São Paulo: Observatório Ibira30, 2025. 


Ficha Técnica:

Publicação: 2025

Realização: Observatório Ibira30 - Bloco do Beco / Fundação Julita / Ministério dos Direitos Humanos

Apoio: FGV-SP e  PUC-SP


Clique abaixo para fazer o download da pesquisa na íntegra



 
 
 
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23/07/2025


Em entrevista publicada pelo canal Farol Brasil no YouTube, Allan Anjos, coordenador, comenta os resultados da pesquisa realizada pelo Observatório Ibira 30 e pela Universidade Federal do ABC sobre a distribuição de recursos da Lei Rouanet no Brasil. O estudo revela que regiões como o Sudeste concentram grande parte dos investimentos culturais, enquanto Norte e Nordeste recebem percentuais significativamente menores.


Na conversa, Allan destaca como esses dados reforçam as desigualdades no acesso ao financiamento cultural e aponta a importância de políticas públicas mais equilibradas que valorizem iniciativas periféricas e regionais.



 
 
 
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